domingo, 2 de janeiro de 2011

Eu, meu filho o Diabetes e a separação.

Não é nenhuma tragédia mas ja estava anunciada, há muitos anos, era questão de tempo.
Eu e o pai do Igor vivíamos numa crise constante, as vezes havia trégua, em outras tudo ficava insuportável, numa dessas crises descobrimos o diabetes, demos uma trégua, mas ela não durou muito.
Viver com uma pessoas totalmente diferente na mesma casa, é bem difícil, outros princípios, outros valores, outros objetivos, outra filosofia de vida, mas quando ele se negou a aceitar e colaborar com o diagnostico de Diabetes, a convivência ficou impossível, acredito que ele esteja precisando de ajuda profissional para lidar com isso, acredito num monte de outras teorias, mas tudo na vida é uma questão de escolhas.
Quando decidimos aceitar e lutar por melhorar as coisas, ja é meia vitoria, mas sentar e se entregar, ou culpar o mundo, isso não combina comigo, muito menos com o Diabetes.
O pai do Igor não mora mais conosco.
Hoje me sinto mais forte para lidar com o diabetes, não tenho mais que perder tempo e energia com discussões e bate bocas. Vou focar em atitudes mais positivas.
Sei que agora realmente estamos apenas eu, meus filhos e o diabetes.
Estou tendo mais trabalho, muito mais, o Igor se afundou no video game pra não pensar no que esta acontecendo, logo as glicemias estão nas alturas somado ao fato de que ele vive ansioso esperando o pai ligar, ou aparecer pra leva-lo pra passear (o que não sei se vai acontecer), está quase impossível ver numeros menores que 200mg/dl, nunca apliquei tanta NovoRapid. Quando ele relaxa um pouquinho temos numeros bons, mas logo sobem.
Nos dois primeiros dias, ele resolveu me testar, fazia testes de glicemia de meia e meia hora e dizia que estava com sintomas de hipo, muita fome, tive que esconder o glicosimetro, algumas vezes apliquei a rapida e deixei-o comer, mas tive que parar.
Não saímos na noite de Ano Novo, ameaçou chover, depois o tempo melhorou, mas não dava tempo para irmos a festa que havíamos combinado.
Viramos o ano, os tres e minha irmã, comprei uns fogos, e comemoramos assim.
Sei que a separação não vai transformar minha vida num mar de rosas, ela resolveu alguns problemas e me criou outros, mas sabem que problema novo é melhor? temos mais gás para encara-lo.
E assim começamos 2011, eu mais tranquila, meus filhos confusos, a glicemia descontrolada, mas todos em paz.

"Não existe separação por causa do Diabetes, existe uma evidencia de problemas anteriores.
Se um casal não se entende bem, ou está varrendo os problemas pra debaixo do tapete antes do diagnostico de doença crônica de um filho, com toda certeza não vai conseguir corrigir isso depois.
Para uma familia conseguir CONVIVER bem com o diabetes e controla-la, é necessário amor, compreensão, solidariedade, e principalmente rotina, e pra conseguir conviver com uma rotina sem atrito é necessário respeito mútuo"






6 comentários:

  1. Aposto que, isto que vem acontecendo, não fazia parte das promessas de ano novo.

    Quando não decidimos o que é necessário decidir, decidido fica. Deixar como estar pra ver como é que fica, certamente não ficará do jeito, maneira como um deseja.

    Feliz 2011 pra você, Igor, e controle da diabetes sempre. Sem descuido.

    Um cheiro carinhoso!

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  2. ai... é bem difícil mesmo.. namorei 4 anos, casei... e quase não suportei as constantes crises de hipo de meu marido. Ele deixava a glicose baixar mesmo eu ficando 24 horas perguntando se tinha medido. quando baixava, ele ficava fora de si, agressivo. Não me reconhecia, não aceitava ajuda e até sai a noite a procura pela rua, encontrei em convulsão,eu não dormia, pois ele tinha hipo de madrugada, dormindo, precisa chamar o socorro para reanimá-lo, pois ele não deixava eu dar água com açúcar, muitas vezes eu o amarrei para poder dar água e mesmo assim, ele cerrava os dentes e dizia que eu queria matá-lo, nunca lembrava de nada depois. levaria uma hora escrevendo tudo que vivenciei. Quase me separei. Ele não me ajudava a ajudá-lo e cansei. Até que um médico resolveu testar uma insulina nova, ele foi o primeiro no Brasil a testá-la, custava na época 800 reais. Hoje, está mais barata, é utilizada no Brasil todo. Depois dela, nossa vida mudou, tem hipo, mas ele consegue controlar, não tem mais reações quando está baixa, até tivemos o nosso filho que era algo que impensável caso não mudasse, pois eu temia que em uma de suas crises, ele o jogasse pela janela, pois jogou um cão certa vez e tentou se jogar, dizendo que um bandido o seguia. Que bom que vc tem forças, meu marido e minha sogra, contam que na época que ele ficou com diabetes, aos 3 anos, não havia nem refrigerante sem açúcar para beber, não havia adoçantes. Hoje, é mais fácil lidar com as crianças, mas mesmo assim, sei que não deve ser nada fácil, ambos. Infelizmente, amiga,nessas horas, os homens são assim, mais fracos. Muita luz para você.Bjo

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  3. Adão,
    Pra mim estava sendo frustrante terminar mais um ano com essa pendência.
    Feliz ano novo

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  4. Sarah,
    Tudo vai dar certo!!!!
    Seu destino, você escreve amiga!!!!
    Beijos!!!

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  5. Nós mulheres somos assim decididas.
    Eu tenho certeza q tudo vai dá certo depois da tempestade.Quem sabe ele até consiga ver as coisas com mais clareza né.
    Sucesso pra vc em 2011, e conte com agente.
    Beijos

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  6. Olá Sarah! Cheguei aqui por indicação da Nicole do blog "minha filha diabética". Também sou do Rio e entrei para este mundo do diabetes recentemente. Espero que possamos trocar muitas experiências. Um feliz 2011!

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