quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

DIABETES E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS

Se você quer fazer uso de ervas medicinais, procure uma UNIDADE DE ATENÇÃO BÁSICA DO SUS, e se informe sobre atendimento fitoterápico, converse com um profissional de saúde que tenha conhecimento sobre o uso de ervas medicinais, não seja COBAIA, isso pode lhe custar a vida.
Veja o que diz o SUS sobre o uso de ervas medicinais:

"As plantas medicinais, ou seja, aquelas plantas que, administradas ao homem ou ao animal, por qualquer via ou forma, exercem alguma ação terapêutica, têm sido fonte de produtos importantes para a saúde desde a Antiguidade. Sua forma de utilização tem evoluído desde aquelas de preparo e uso mais simples (infusos, decoctos, lambedores, cataplasmas e outros) até aquelas que exigem técnicas farmacêuticas mais elaboradas (xaropes, cápsulas, comprimidos, pomadas etc.). A fitoterapia é a “terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal”. Já o fitoterápico é o produto obtido dessas plantas ou de seus derivados, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa.

Os programas estaduais e municipais de fitoterapia contam com um elenco de plantas medicinais e de fitoterápicos com o objetivo de orientar gestores e profissionais de saúde em relação às espécies de plantas medicinais e fitoterápicos que devem ser disponibilizados pelo sistema, de forma a garantir produtos seguros e eficazes. O elenco deve estar acompanhado de memento terapêutico e monografias, que irão orientar os profissionais de saúde na formulação e prescrição das plantas medicinais e dos fitoterápicos.

Quanto à oferta de medicamentos fitoterápicos, o Ministério da Saúde publicou em março de 2012, a Portaria MS/GM n° 533, que estabelece o elenco de medicamentos e insumos da Rename, onde estão contemplados os seguintes fitoterápicos: alcachofra (Cynara scolymus), aroeira (Schinus terebinthifolius), babosa (Aloe vera), cáscara sagrada (Rhamnus purshiana), espinheira santa (Maytenus ilicifolia), garra do diabo (Harpagophitum procumbens), guaco (Mikania glomerata), hortelã (Mentha x piperita), isoflavona de soja (Glycine max), plantago (Plantago ovata), salgueiro (Salix alba) e unha de gato (Uncaria tomentosa).
Assim como o uso irracional de medicamentos sintéticos causam grandes prejuízos à saúde da população (intoxicações e até a morte), as plantas medicinais e seus derivados – se utilizados de forma incorreta e indiscriminada – podem também colocar em risco a saúde da população.
Fitoterápicos incluidos no RENAME
e suas indicações.


Os fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados e segurança de uso. Eles só podem ser comercializados mediante autorização e registro na Anvisa/MS. Com relação às plantas medicinais, para utilizá-las de forma segura, é preciso conhecer a espécie correta, as técnicas de cultivo, a forma e o local de coleta/colheita, bem como a forma de preparo e uso. Para facilitar o reconhecimento da planta, é necessário aprender a identificar as características de suas folhas, suas flores, seus frutos, seu caule e sua raiz etc.

Observações sobre a utilização das plantas mediccinais

A maioria das plantas medicinais usadas na medicina popular não foi ainda suficientemente pesquisada e algumas delas podem apresentar interações com medicamentos ou mesmo com outras plantas, contraindicações e efeitos colaterais.

Por isso, deve-se observar os seguintes critérios:


  •  Gestantes, lactantes e crianças com menos de 2 (dois) anos não devem fazer uso de chás sem a orientação de um profissional de saúde;
  • Evite fazer uso de uma mesma espécie por tempo prolongado;
  • Não ultrapasse as doses indicadas;
  • Quando não se conhece a interação entre as plantas, evite preparados com várias espécies.

Principais riscos na utilização das plantas medicinais:

  • Automedicação: sempre que possível, use plantas medicinais com orientação de profissional de saúde qualificado. Use somente plantas conhecidas e que tenham tradição de uso;
  • Uso de associações de várias plantas: a mistura de diferentes espécies de plantas (como nas preparações chamadas de “garrafadas”) pode originar produtos tóxicos que, além de não resolverem o problema de saúde, podem agravá-lo;
  • Uso de associação de plantas medicinais e outros medicamentos: algumas misturas podem anular ou potencializar efeitos terapêuticos, podendo ser perigosas;
  • Uso de plantas tóxicas ou que contenham substâncias tóxicas de ação cumulativa no organismo: como espirradeira, cabacinha, confrei etc.;
  • Uso de plantas murchas, mofadas ou velhas, que podem estar contaminadas por fungos e bactérias;
  • Uso de plantas cultivadas ou coletadas em locais inadequados, sujeitos à circulação de animais ou próximos de locais contaminados, tais como fossas, depósitos de lixo e margens de estradas, bem como o uso de plantas regadas com água poluída;
  • Uso contínuo ou excessivo de chás ou outras preparações com plantas;
  • Hábito de tomar chá durante a gravidez sem a orientação de médico, pois algumas plantas podem causar malformações no feto ou mesmo o aborto."


Fonte: Caderno da Atenção Básica Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento, 2012. (http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/caderno_33.pdf)

Nenhum comentário:

Postar um comentário